junho 27, 2007

relógios

quanto tempo dura um beijo bom?

quanto tempo passa um rebuçado na tua boca antes de derreter?

quantos momentos cabem num sorriso?

o que mede um piscar de olhos?

quanto tempo demoras a responder "que horas são"?

... perguntas para construir relógios que não têm números nem ponteiros e não se usam presos a nós, pelos pulsos.
Já terminámos a preparação da oficina que nasce 6ª feira nos jardins do mundo, mas não param de me vir à cabeça medidores de tempo alternativos e outras fitas métricas sem centímetros. Quem como eu preferir estas outras escalas, deixe em comentário respostas (ou perguntas) sobres elas, para que o tempo acorde e tempo seja verdadeiramente, e melhor... quanto tempo demora escrever o tempo que não está dentro do relógio?


"um minuto é o tempo que levamos a pensar em qualquer coisa e a dizê-la por palavras. Em dois, consigo ler uma página do meu livro. Uma hora é o tempo que a água da banheira leva a arrefecer... ou o tempo que o avô demora a ler o jornal. Ou que gastamos os dois a passear o cão.

(...) Sabes que o dia acabou quando a tua mãe te dá um beijo de boa noite. "

o relógio da minha avó
de Geraldine Mccaughrean;
img. de planeta tangerina (para o centro cultural de cascais)

junho 22, 2007

cosas que te pasan si estás vivo

liniers, um site do ilustrador argentino Ricardo Liniers Siri, descoberto entre os muitos desenhos de mariana massarini.

junho 21, 2007

irresistível

"Li o livro muito tarde e fiquei perturbada por ninguém me ter dito que era a mais bela história de amor entre um homem e uma mulher(...)
O que me interessou foi a narrativa minuciosa de um processo de amor entre duas pessoas que começa por uma atracção física e que, a partir dessa atracção, permite que elas se libertem das identidades as encerram.
Gosto muito como o pôr a nu das personagens é uma coisa só, reúne o físico e o interior. Pouco a pouco, eles despem-se, um frente ao outro... e queremos também pôr-nos nus."
Pascale Ferran, realizadora de Lady Chattterley ( entrevistada por Vasco Câmara para o Público )

junho 20, 2007

(des)mapas








Nunca ninguém se perdeu, tudo é verdade e caminho.
Pessoa
( de quem ontem a Joana falava, enquanto caminhavamos ).
img. elena odriozola

junho 17, 2007

folha em branco
















( e outras possibilidades luminosas ... )

junho 15, 2007

sapos muito tontos
















assim me chegou, linda
porque somos umas princesas...
( obrigada querida Carla ; )

junho 14, 2007

tenho sempre esta vontade de ser pássaro

... e normalmente é o voo transparente que me agarra e leva. Hoje, nesta ilustração da sara fanelli, é o chão vermelho ( céu e casa também ) e o divertido despenteado das penas. É o azul forte e o fogo, os olhos de gente, as pernas altas de outra coisa qualquer: voam no chão, os/a três.

junho 13, 2007

tonight:


















img. junzo terada

junho 10, 2007

conta-me um conto que nunca contasses a ninguém

É um blog. Fala. Diz alto o que as palavras escritas dizem em silêncio, aquelas que nasceram dos lápis, canetas ou teclas dos poetas. E mais: diz cada uma delas e o seu conjunto, por isso diz também os espaços vazios entre elas, as ligações subtis e os sentidos secretos das palavras. Diz aquilo que é raro ouvir e tão bem dito: POESIA / LITERATURA.
A voz ( e o corpo ) falante pertence à Cristina Paiva. A sonoplastia é do Fernando Ladeira. Juntos são a Andante que, de lugar em lugar, anda com as palavras às costas para que à volta da língua nos encontremos. É notável e único o seu trabalho. Feliz notícia a deste blog de ouvir.
img. marta dal prato (trabalhada)

junho 08, 2007

son(h)o

















nasce do azul ali ao lado, fundo e calado. estica-se. pisa em círculos as penas lá
dentro e vai escorregando a gosto por ali. depois encaracola-se ( e eu sei porquê )
muito quieto até florescer.

junho 07, 2007

sono












) sonho ? (
img.charlotte gastaut

junho 01, 2007

o jardim do mundo














Os Jardins da Fundação Gulbenkian estão em festa feliz. De hoje a 8 de Julho, em todas as sextas, sábados e domingos acontece uma espécie de segunda Primavera, feita por muitas pessoas para muitas, muitas outras. São ao todo seis fins de semana cheios de eventos que convidam a fazer, a ver, a estar (muito) bem, seguindo a linguagem maior desta instituição - a das artes. Trazendo-a para o jardim, assim, em bando solto como as papoilas, cumprem-se ambos mais ainda: as artes e o jardim. Soa a vida. Faz-se o mundo, nasce a sério, porque se enche de gente. Aqui, um resumo do que está a acontecer. Quando chegamos, há mapas e calendários precisos para que nos guiemos e deixemos ir por títulos como "o fio da história", "jardins imaginários", "objectos de vento e luz"... Estas fotografias são de hoje. Pertencem aos "livros e cadernos de viagem". Amanhã o jardim renasce colorido e disponível ( ... bom pertencer-lhe ).